Unir forças
Hoje há grandes novidades!
Nós todos sabemos que as pessoas de terra e as do mar são espécies muito diferentes.
E agora se as pessoas só parecerem ser pessoas de terra?
Muitos séculos atrás, as pessoas de Nazaré e das aldeias vizinhas estavam construindo os galeões portugueses que partiram à descoberta do mundo. Bem aqui, na Lagoa da Pederneira, uma lagoa que foi assoreado algo como 100 anos atrás. Eles plantaram vários pinhais ao redor da Nazaré para a construção naval. Estas florestas são hoje o “pulmão da Europa”.
Eles navegaram em los grandes veleiros para a Terra Nova e Gronelândia e para muitos outros lugares do mundo para a pesca do bacalhau e de outras espécies. Até hoje os pescadores locais saem para a pesca, mantendo ainda muitas tradições vivas e alguns barcos de pesca muito especiais e encantadores. Muitos trabalham em navios de cruzeiro e ferries por todo o mundo. Nas nossas viagens à vela, acontece com frequência conhecermos pessoas da Nazaré que estão a trabalhar em navios em algum lugar. Tem sido espectacular!
E adivinhem?
Estamos muito satisfeitos por vos podermos dizer as gentes da Nazaré gostariam de participar e nos ajudar a fazer deste Festival um evento muito especial para todos nós: gente de terra e gente de mar.
Já vos dissemos que este é um lugar muito especial?
Vamos mantê-lo atualizado, por agora é tudo…
Bons ventos & saudações calorosas!
Velejando em águas portuguesas
Ou como se manter seguro e feliz
Têm ouvido muitas histórias difíceis e advertências sobre a costa oeste portuguesa e estão a ficar um pouco nervosos a propósito de velejar ao longo desta costa? Não fiquem nervosos, mas têm de a tratar com respeito!
Há algumas regras simples que irão ajudá-los a fazer tudo certo, e depois de se entender o “porquê” tudo se torna bastante claro e lógico.
Em primeiro lugar as regras:
1 – Para cada uma das suas previsões meteorológicas deve ter um olhar atento nas previsões para todo Oceano Atlântico Norte. Sim, todo o Oceano Atlântico Norte, porque é daí que as suas ondas vêm.
2 – Façam os trabalhos de casa e tenham sempre à mão os horários das marés, para os poderem consultar a qualquer momento.
3 – Com ondulação de mais de 2,5 metros e vento do sul nunca tentem aproximar-se de qualquer porto, a menos que seja Leixões ou a Nazaré.
4 – Se as condições forem ainda piores que o esperado, em mar aberto, não pensem sequer em dirigirem-se para qualquer outro porto que não seja Leixões ou a Nazaré! Dirijam-se ao mar alto, e para vosso conforto e segurança, mantenham-se longe da plataforma continental.
5 – Em caso de dúvida, ou sem certeza a 100%, não hesitem em perguntar! Há sinais dia e noite e não é vergonha perguntar, verifiquem sempre no canal 16 VHF.
Outro ponto que não deveria sequer ser preciso lembrar: nunca tentem ser heróis, ou porque a sua tripulação está cansada ou porque simplesmente deseja passar uma noite agradável no porto. Isto aqui não é o sítio certo para comodidades. A segurança vem em primeiro lugar!
São apenas cinco regras e não são assim tão difíceis de lembrar.
Agora, deixem-me explicar o “porquê”:
Para começar, os sistemas de baixa pressão viajam através do Oceano Atlântico Norte de oeste para leste. Qualquer que seja o tipo de ondas que produzem vão atingir a costa oeste Ibérica, e aqui estas podem bastante altas. Podem ter uma previsão com apenas 3 ou mais nós, um sol lindo, mas, ao mesmo tempo, 6 metros ou uma grande ondulação. Portanto, o mais inteligente é verificar a altura das ondas para garantir que o porto para o qual se dirigem pode ser abordado.
A maioria dos portos são construídos dentro da embocadura de rios para o Oceano Atlântico Norte. Construí-los assim foi muito mais fácil e oferecem uma protecção eficaz quando entra ondulação vinda do Atlântico.
O vento predominante é o bem conhecido vento norte português. Para ser possível entrar sempre que ele sopre, só foi preciso construir um quebra-mar do lado norte.
Três coisas podem causar um pouco de confusão com esta configuração: bancos de areia, correntes e ventos de sul.
Quase todos os rios têm um banco de areia na entrada. Dependendo das condições de vento e de mar, pode haver ondas a quebrar por cima da barra, especialmente na maré baixa.
A corrente dos rios é variável. Depois de muita chuva no interior (como durante os meses de inverno em 2012, 2013 e 2014, por exemplo) a corrente dos rios pode chegar a 7 nós, ou mais, facilmente. Ter esta velocidade de água correndo para fora do rio contra um vento sul e com um pouco de ondulação e vamos encontrar ondas estacionárias grandes (ondas opostas combinam) à entrada da barra, e não é brincadeira! Escusado será dizer, mas para não se esquecerem aqui fica a nota: a maré cheia será sempre o melhor momento para entrar, desde que as condições estejam boas.
Ao longo dos anos tenho notado algo que diz respeito à regra n.º 4 e à plataforma continental, e vocês provavelmente também vão notar quando prepararem a vossa passagem no que respeita às condições meteorológicas: às vezes pode-se ajustar a quantidade de vento pretendida aproximando-se ou afastando-se um pouco da costa. Mesmo uma única milha para o oeste ou para o leste pode fazer uma grande diferença. Estejam atentos, vão ficar surpreendidos!
Atenção a mais uma situação: estar na praia a ver as ondas rebentar será sempre uma forma fantástica de passar algum tempo. Vindas do mar, só vemos a parte de trás das ondas, mas quase nunca a espuma ou a parte superior da rebentação e quando nos apercebemos disso, normalmente é tarde demais. O problema é que quando se está em alto mar durante algumas horas acabamos por nos habituar com a altura das ondas e deixamos de lhes prestar atenção. Essa situação pode-vos deixar confiantes para tentarem a entrada no porto. Sejam inteligentes e perguntem no canal 16 VHF antes de tentarem essa proeza!
Enquanto ainda estão no porto, existe uma coisa que vos pode ajudar a ter uma ideia sobre a situação. A Autoridade Maritima Nacional tem um site com informação sobre o estado das barras de entrada para todos os Portos de Portugal. Podem encontrá-lo neste link: Estado das Barras
O site está em português e esta pode não ser uma das vossas línguas, mas não é difícil. Bandeira vermelha significa que a entrada da barra está fechada, amarelo significa que a entrada está condicionada (mover o cursor sobre a bandeira para obter mais informações) e verde significa que a barra está aberta. Esta informação muda constantemente de acordo com o estado do mar, as marés e as condições meteorológicas. É certo que não podem verificar esta informação quando já estão em mar aberto, mas ainda assim, pode ser um bom indicador. E quando o porto para o qual pretendem dirigir-se já está fechado, embora na vossa opinião o mau tempo ainda está longe, o ideal é traçar por plano B!
Se tiverem estas informações em mente, não deve haver nenhum problema ao navegarem ao longo da costa, e acreditem em mim: vale a pena! Tenho a certeza que vão adorar descobri-la por vossa conta!
Sempre bons ventos e uma passagem segura!
Paciência…
Estamos a trabalhar nas versões em diferentes línguas!
Pedimos desculpas por qualquer inconveniente nos próximos dias: começámos finalmente a tornar este website multilingue, e está a ser muito mais difícil do que pensávamos.
Felizmente, entre marinheiros, ajudamo-nos uns aos outros. Lá fora, no oceano, somos todos iguais. Os ventos e os mares não nos distinguem. Todos nós temos de lidar com isso no nosso próprio caminho.
Sorte a nossa que um marinheiro que passou pela Nazaré, e que é especializado em web-desenvolvimento, adorou a ideia do Festival de Barcos. Ele queria ajudar-nos, mas teve de continuar a sua viagem, no entanto não se esqueceu do projecto. Hoje, a partir da ilha de La Palma, nas Ilhas Canárias (Espanha), ele conseguiu resolver tudo e preparar o caminho para nós irmos preenchendo este site de maneira multilíngue.
O marinheiro foi Christoph da Digitale Nomaden zur See.
Obrigado Christoph, foi mesmo uma grande ajuda!
Bons ventos!
Festa do Homem do Mar 2015
No início de maio 2015:
Nazaré Boatfestival 2015
Como foi em 2015?
Sim, nós estamos fazendo isso de novo
Bem-vindos ao nosso novo website!
Esta página é a nova casa do nosso Festival de Barcos na Nazaré/ Portugal.
Temos aprendido muito com Festival de Barcos do verão passado aqui em Nazaré, temos ideias em abundância e espaço para brincar. O caminho ainda é longo e vai manter-nos a todos muito ocupados. Esperamos criar um convívio interessante e animado para todos os que andam por aí pelo oceano fora – seja em embarcações tradicionais ou modernas, sejam eles marinheiros de profissão, estagiários, pescadores ou marinheiros de fim-de-semana.
Para começar, temos também de tornar este site multilingue. O português é o idioma mais importante para agora, dado este evento ter lugar neste belo país. E quando estiver em português passaremos às outras línguas.
Espreitem o nosso site de vez em quando para saberem das novidades – juntem-se a nós, todos são bem-vindos!
Saúde e bons ventos!
É sobre o que
O nosso Festival de Barcos da Nazaré 2016
O mais importante é claro: este tem ser diversão da boa para todos nós! E vai ser mais como um festival – experiência pessoal do que um festival – evento comercial.
Temos em mente muitas ideias, mas também temos que manter alguns elementos-surpresa.
Uma das nossas favoritas é uma pequena competição de construção de barcos, onde cada equipa de 4 pessoas recebe alguns contraplacados e ferramentas e têm 8 horas para compor algum tipo de um objeto flutuante, que depois será lançado, no domingo cerca do meio-dia, para velejar num pequeno percurso dentro do porto. Haverá prémios para os que não afundarem, e, claro, um prémio para quem chegar em primeiro. Na verdade, podem começar já a pensar num projecto simples!
Também estamos a planear uma pequena regata, não muito longe da baía. O Markku da Finlândia, com toda a sua experiência, vai tomar conta deste assunto.
Ainda temos de escolher o catering, mas uma noite vai ser reservada para um churrasco na praia ao pôr-do-sol – os pores-do-sol aqui são incríveis! Aqui todos têm de participar na preparação de algo delicioso, cada um trazendo uma especialidade sua.
Na Nazaré é obrigatório visitar O’Sítio, o Farol e a Praia do Norte! É aqui que os surfistas mais corajosos de todo o mundo vêm surfar as maiores ondas surfáveis do planeta. As técnicas modernas ajudam, mas o perigo é uma constante. Mas por favor não se assustem! O Canhão da Nazaré é o responsável pelas ondas da Praia do Norte, mas o Canhão da Nazaré também é responsável pela entrada sempre segura no porto, independentemente das condições de mar. Conhecido como Porto Santo dado que, desde que ficou concluído em 1983, só uma vez este Porto fechou a sua entrada à navegação.
Mas não é só isso! Sabiam que muitas das Caravelas portuguesas usadas nos Descobrimentos foram construídas aqui? Depois falamos mais deste assunto, prometemos!
Ah, e outra coisa: a simplicidade. Temos de vos dizer que para nós, marinheiros, é muito importante manter as coisas simples. Quando andamos em pleno oceano, e somos apanhados numa tempestade com ondas que parecem querer destruir-nos, não podemos ter complicações. E é sempre a mesma coisa: as coisas quebram ou dão errado sempre que isso não pode absolutamente acontecer. KISS (“Keep It Simple Stupid”). Nós tentamos manter este site o mais simples possível, e vamos tentar manter o Festival de Barcos simples e descomplicado.
Bons ventos!
PS: há muitos vídeos impressionantes, mas para lhes tomarem o gosto dêem uma olhadela aqui: